Separar uma palavra em sílabas é bem tranquilo. E a razão é simples: em língua portuguesa a base é sempre uma vogal. É por isso que não há motivos para errar a separação silábica. Desde a alfabetização ouvimos que podemos separar as palavras conforme "abrimos a boca". Essa lógica tem sentido e ajuda um pouco.
Para ilustrar melhor esse raciocínio, imagine um trapézio, em que no topo colocaremos apenas as vogais. Nas laterais colocaremos as consoantes. Veja o exemplo da palavra BANANAS. As vogais (A) estão no topo e as consoantes nas laterais. A separação silábica sempre ocorrerá entre os trapézios.
Até aqui as pessoas normalmente não têm dúvidas. O problema é quando aparecem dígrafo (duas letras com apenas um som). No caso da palavra PALHAÇO, há um dígrafo (LH). Em língua portuguesa há outros dígrafos consonantais (CH - GU - NH - QU - RR - SC - SÇ - SS - XC - XS). Nesse momento é importante prestar atenção ao seguir: existe alguma palavra que inicia com o dígrafo LH? Sim. Então eles ficam juntos na lateral do trapézio. Veja a seguir:
No entanto, não existem no nosso idioma palavras que iniciam com RR ou então XC. Logo essas duplas serão separadas. Veja o exemplo a seguir, em que o dígrafo CH ficou junto, porém o RR foi separado.
E quando há duas ou mais vogais juntas? A regra ainda permanece a mesma: a vogal é a base das sílabas. O que acontece é que apenas a vogal, aquela mais forte na sílaba ocupará o topo do trapézio; as demais ficarão nas laterais e, portanto, serão classificadas como semivogais. Veja como fica a separação silábica, por exemplo, da palavra PARAGUAI.
Note que na última sílaba há duas semivogais (U e I): uma de cada lado da vogal A. Elas são assim chamadas porque não ocupam a posição de vogal na base do trapézio. Elas ainda são vogais, mas não são as principais na sílaba.
Se ainda restarem dúvidas após essa explicação, você pode recorrer à dicionários, pois muitos deles apresentam a separação silábica. Uma alternativa eletrônica você encontra aqui.
Diógenes Schweigert
Postado em: 17 de março de 2025.