O substantivo é aquela palavra que dá nome às coisas. Para ter certeza, pense em alguma coisa. Essa coisa (objeto, animal, pessoa etc.) tem um nome, e esse nome é certamente um substantivo. Para efeito deste estudo, abordaremos apenas alguns tipos de substantivo: próprio, comum, concreto e abstrato.
Substantivo próprio é aquele que a gente nomeia, classifica de forma individual, isto é, damos um nome às coisas um por um. Em um grupo de pessoas, pode haver várias pessoas chamadas de Maria, José, João. Cada uma delas recebeu um nome individualmente, por isso escrevemos com letra maiúscula.
Substantivo comum é o oposto do próprio, ou seja, é a palavra que nomeia as coisas de forma genérica, em grupo. Em um grupo de pessoas, pode haver professores, médicos, vendedores. Em outras palavras, essas pessoas estão sendo classificadas em grupos. Outro exemplo: em casa temos cadeiras, cortinas, copos etc. Todos esses substantivos são nomes de coisas genéricas, classificadas por sua função, aparência; não importa se a cortina é de renda, de seda ou de linho; ou se o modelo é com friso, estampado ou liso. Todas serão classificadas em um “pacote”, em grupo. Logo denomina-se esse substantivo como comum.
Substantivo concreto é aquele que possui uma representação. Ele pode ser até algo que imaginamos. De modo geral, o substantivo concreto pode ser percebido, pois possui uma forma própria.
Substantivo abstrato não tem forma, uma vez que representa um sentimento, um conceito, uma ideia. Para sua representação é necessário outro elemento. Para compreender melhor essa situação, pense no AMOR. Para representá-lo, desenha-se normalmente um CORAÇÃO.
O substantivo é uma palavra que possui muitas funções na frase. Ele pode estar no papel de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal e aposto. Não se preocupe, vamos compreender cada um deles de forma separada.
Sujeito é a parte da frase que pratica a ação; é quem age sobre o verbo. Veja o exemplo:
O cachorro parece esperto.
O verbo nessa frase é PARECE. A parte/expressão que pratica a ação do verbo PARECE é O CACHORRO, logo ele é o sujeito.
Objeto direto é o complemento de um verbo, isto é, sofre a ação do verbo. É a parte da frase que responde/explica o que aconteceu. Confira:
Juquinha comprou um cachorro.
O verbo nessa frase é COMPROU. A parte/expressão que sofre a ação do verbo é UM CACHORRO, logo ele é o objeto. Dizemos que esse objeto é direto porque entre o verbo e o objeto não há nenhuma palavra (preposição). Observe: Juquinha comprou. O objeto comprado é UM CACHORRO. Normalmente a pergunta feita ao verbo ajuda a identificar que o objeto é direto. Se você perguntar ao verbo O QUE ou QUEM, o objeto será direto (sempre!). Confira: Juquinha comprou (o quê) um cachorro.
Objeto indireto também é um complemento do verbo, isto é, também sofre a ação do verbo. A diferença é que agora haverá uma palavra entre o verbo é o complemento. Observe o exemplo:
Juquinha gosta de cachorro.
O verbo nessa frase é GOSTA. A parte/expressão que sofre a ação desse verbo é CACHORRO, logo ele é o objeto. Observe que agora há uma palavra entre o verbo e o objeto: Juquinha gosta DE cachorro. Quem gosta, gosta DE alguma coisa; neste caso CACHORRO. Importante não confundir essa regra de “ter uma palavrinha entre o verbo e o objeto”. Por exemplo: Eu gosto muito de chocolate. A relação de sentido aqui continua a mesma. Verbo GOSTO. Objeto CHOCOLATE. Quem gosta, gosta DE alguma coisa. Você poderia até retirar a palavra muito, mas jamais poderia tirar o DE. Entendeu? Essas palavrinhas [preposições] estão sempre “de mãos dadas/coladas” ao verbo, por isso estão sempre lá.
Predicativo é o termo/expressão que qualifica/caracteriza o sujeito. O verbo utilizado nessas frases nunca expressa uma ação, e é possível até ocultá-lo da frase, sem comprometer seu entendimento. Analise as frases a seguir:
Juquinha comprou um cachorro.
Se ocultássemos o verbo (comprou), a frase ficaria sem sentido, pois esse verbo expressa uma ação.
Juquinha parece um bom amigo.
Ocultando o verbo (parece), ainda é possível compreender a mensagem dita. Isso nos mostra que esse verbo apenas liga/conecta o sujeito ao predicativo. Outra forma para confirmar que o verbo é de ligação é observar que o complemento do verbo (predicativo) fala do sujeito, isto é, a frase está falando da mesma pessoa.
Juquinha: sujeito
parece: verbo (de ligação)
um bom amigo: predicativo.
Nesse exemplo, um bom amigo se refere a Juquinha.
Para ver a diferença, observe o exemplo a seguir:
Juquinha tem um bom amigo.
Nesse caso, um bom amigo se refere à outra pessoa, não mais ao Juquinha.
Para facilitar, observe o diagrama a seguir:
Se há verbo de ação, teremos um objeto (direto ou indireto) [exceto se for um verbo intransitivo]; se tivermos um verbo de ligação, teremos predicativo!
Complemento nominal, como o nome sugere, complementa/completa o sentido de outro nome, outro substantivo, que deverá ser abstrato. Esse substantivo adiciona sentido à palavra anterior. (O complemento nominal pode também completar o sentido de um adjetivo ou um advérbio). Entre esses termos sempre haverá uma preposição (aquelas palavrinhas que ligam palavras). Observe:
Eu tenho medo.
Ok. Muitas pessoas têm medo, mas existem medos de diversos tipos e coisas.
Eu tenho medo DE cachorro.
Cachorro é um substantivo. Neste exemplo, “cachorro” completa o sentido da palavra medo (outro substantivo). Lembre que, para haver complemento nominal, é preciso que esse complemento complete um substantivo ABSTRATO. Do contrário, a classificação será outra.
Aposto é uma expressão que explica outro termo em uma frase, que pode ser um sujeito, um objeto etc. A parte correspondente ao aposto sempre está entre vírgulas. Exemplo:
Bolota, um cachorro muito brincalhão, estragou o canteiro de flores do Juquinha.
Note que o trecho entre vírgulas é o aposto e contém um substantivo (cachorro).
Até aqui você conferiu o que é um substantivo e onde ele pode aparecer. Existem ainda frases que substituem o papel desses substantivos, ou seja, frases no lugar do sujeito, dos objetos etc. Essa parte dos estudos exige mais atenção do estudante, pois é necessário fazer uma análise mais criteriosa. Entretanto, se você compreendeu as funções que o substantivo exerce, o próximo passo não será tão complicado assim.
Para iniciar o estudo das orações subordinadas, é necessário consolidar alguns conceitos primeiro.
Oração, em Língua Portuguesa, é uma frase com uma ação (normalmente expressa por um verbo).
Subordinada é quando a oração não possui sentido completo (se você falar apenas aquele trecho, a mensagem ficará incompleta). Muitos se perguntam por quê? A explicação é simples: uma oração subordinada representa apenas um pedaço da estrutura da frase, isto é, uma frase é composta por sujeito, verbo e complemento. Logo, uma oração subordinada por exercer a função de qualquer um dos termos integrantes da frase. As orações subordinadas desse grupo sempre se iniciarão com a conjunção QUE (algumas vezes com SE). Para fins didáticos, a palavra Substantiva do termo Orações Subordinadas Substantivas será suprimida.
Orações subordinadas com valor de OBJETO DIRETO.
Juquinha deseja uma viagem.
Nesse exemplo temos apenas uma oração simples. Para haver uma oração subordinada, é necessária a conjunção (palavra que conecta frases) exatamente onde começa a classe gramatical. Portanto, nesse exemplo, se desejamos aplicar uma oração subordinada objetiva direta, a conjunção deve estar na posição da palavra UMA (início do objeto direto).
Juquinha deseja (O QUÊ?) que sua viagem seja inesquecível.
Juquinha: sujeito.
Deseja: verbo.
Que sua viagem seja inesquecível: oração subordinada com valor de objeto direto.
É uma oração pois há verbo (seja).
É subordinada porque iniciou com a conjunção QUE; representa apenas uma parte da composição da frase; e, se lida apenas esse trecho, não fará muito sentido.
Observe este outro exemplo:
O vizinho exigiu (O QUÊ?) uma explicação.
O vizinho exigiu que meu pai se explicasse.
Observe com atenção o próximo exemplo:
A professora avisou com ênfase que teríamos prova amanhã.
Quem avisa, avisa algo, alguma coisa. Logo “que teríamos prova amanhã” é o objeto desse verbo. A parte “com ênfase” não interfere nessa relação.
Leia a tirinha a seguir:
No primeiro quadrinho, pode-se observar uma oração com valor de objeto direto. Observe: [eu] já disse [o quê?] que só funcionamos no horário comercial.
O trecho “que só funcionamos no horário comercial” é o objeto direto da frase em forma de oração subordinada.
Você consegue descobrir onde está a oração com valor de objeto direto nessa tirinha?
Orações subordinadas com valor de OBJETO INDIRETO.
Assim com nas orações simples, ela se aproxima das orações objetivas diretas. O pensamento é bem similar. Observe:
Juquinha gosta de que as aulas de Educação Física aconteçam no pátio coberto.
Juquinha: sujeito.
Gosta: verbo.
De que as aulas de Educação Física aconteçam no pátio coberto: oração subordinada com valor de objeto indireto, porque quem gosta, gosta DE alguma coisa. DE QUÊ? A preposição está presente, logo o objeto será indireto. Uma vez que o objeto indireto dessa frase iniciou com a conjunção QUE e possui verbo, classificamos esse trecho de oração subordinada. Confira outro exemplo.
Ela duvidou de que eu tiraria 10 nessa prova.
Quem duvida, duvida DE alguma coisa. Logo “de que eu tiraria 10 nessa prova” tem valor de objeto indireto. É um objeto por sofrer a ação do verbo, é indireto por haver uma preposição (DE) entre o verbo e o objeto. Se fosse para reduzir a oração objetiva em uma palavra, a resposta seria DISSO (de + isso).
EXERCÍCIO
Para verificar sua aprendizagem, descubra quais tipos de Orações Subordinadas (OS) há nas frases a seguir:
Eu detesto que você use minhas roupas.
Juca pediu que o lixo fosse retirado.
A menina necessita de que alguém a ajude.
O motorista do ônibus exigiu que permanecêssemos em silêncio.
Jurema desconfia de que Juca não foi trabalhar.
Eu detesto que você use minhas roupas. (OS objetiva direta)
Juca pediu que o lixo fosse retirado. (OS objetiva direta)
A menina necessita de que alguém a ajude. (OS objetiva indireta)
O motorista do ônibus exigiu que permanecêssemos em silêncio. (OS objetiva direta)
Jurema desconfia de que Juca não foi trabalhar. (OS objetiva indireta)
Orações subordinadas com valor de PREDICATIVO.
Agora que você já sabe que as orações subordinadas substantivas iniciam com a conjunção QUE, ficará mais fácil compreender os demais tipos de subordinadas deste estudo. As subordinadas predicativas são aquelas que estão no lugar de um predicativo. Veja o exemplo:
Minha casa parece um museu.
O verbo parecer é um verbo de ligação, e como vimos nós teremos como complemento um predicativo. Assim, se quisermos adicionar uma oração subordinada com valor de predicativo nesse exemplo, basta colocar a conjunção QUE no ponto em que o predicativo inicia e fazer a oração.
Minha casa parece QUE só contém móveis do século passado.
Muita atenção nesse momento. Se você fizer a pergunta O QUE para esse verbo, será um equívoco a resposta, pois essa pergunta se faz para os verbos de ação, os quais resultarão em um objeto. Uma vez que temos um verbo de ligação, teremos AUTOMATICAMENTE um predicativo.
Confira esse exemplo:
Meu tio anda feliz ultimamente.
O verbo andar é de ação ou de ligação? É necessário analisar a frase. O complemento do verbo fala do sujeito ou de outra pessoa/coisa? Se falar do sujeito, é de ligação. Logo, como feliz se refere ao sujeito (meu tio), ele é de ligação. Observe que esse verbo traz a ideia de continuidade, de frequência; não de deslocamento, de caminhada. Portanto, se desejarmos uma oração subordinada para esse exemplo, podemos escrever o seguinte:
Meu tio anda QUE não se aguenta de tanta alegria.
Observe a tirinha a seguir. Você consegue identificar a oração subordinada do primeiro quadrinho?
Orações subordinadas com valor de COMPLEMENTO NOMINAL.
Como vimos anteriormente, quando uma palavra (normalmente um substantivo abstrato) possui um complemento, uma informação que traga característica para aumentar seu significado, esclarecer o seu sentido, temos um complemento nominal. Esse complemento sempre será precedido de uma preposição (palavrinha que conecta outras palavras). Vamos relembrar com um exemplo.
Jurema tem nojo de baratas.
Jurema: sujeito
Tem: verbo (de ação)
Nojo: objeto direto (ela tem O QUÊ?)
De baratas: complemento nominal porque completa o significado de nojo
No entanto, ao se trabalhar com as orações subordinadas, devemos acrescentar um QUE no ponto em que inicia esse termo integrante. Então a frase ficaria assim:
Jurema tem nojo de QUE baratas voem perto dela.
Tudo após DE QUE é o complemento da palavra nojo. Como o trecho iniciou com conjunção e possui verbo, é uma oração subordinada. Essa oração está na posição de um complemento nominal, portanto esta é uma oração subordinada completiva nominal.
Orações subordinadas com valor de SUJEITO.
O sujeito de uma frase é fácil de localizar, basta perguntar ao verbo quem está realizando a ação. Contudo, quando há uma oração subordinada com valor de sujeito, ela pode não ficar tão evidente como nas frases coordenadas. É necessário um olhar mais atento do que nas demais subordinadas. A boa notícia é, quando o sujeito é uma subordinada, a oração principal normalmente inicia com o verbo, que pode ser de ligação ou outro na forma impessoal (3ª pessoa), jogando o sujeito mais para trás. A oração principal pode ainda iniciar com o verbo na voz passiva. Observe que a conjunção QUE ainda abre a oração subordinada. Vejamos alguns exemplos.
[verbo de ligação]
Está decidido que as férias de verão iniciam no dia 20 de dezembro.
O que foi decidido? Isso foi decidido. ISSO corresponde ao sujeito. Logo, a parte da frase que substitui ISSO é o que está sublinhado.
[verbo impessoal na 3ª pessoa]
Convém que façamos silêncio na biblioteca.
O que convém? Isso convém. Que façamos silêncio na biblioteca é o que convém. Então esse trecho sublinhado corresponde ao sujeito.
[voz passiva]
Não será permitido que as pessoas usem o salão de festas neste fim de semana.
O que não será permitido? Isso não será permitido. Isso o quê? Que as pessoas usem o salão de festas neste fim de semana.
É possível ou permitido iniciar a frase com o sujeito, isto é, iniciar a frase com a subordinada? Sim! Veja:
Que todos estejam bem acomodados é o mais importante para nossa equipe.
Observe o primeiro quadrinho da tinha a seguir. Você consegue identificar o sujeito da oração?
Orações subordinadas com valor de APOSTO.
Diferentemente da sua forma em orações coordenadas (frases simples), as orações subordinadas com valor de aposto são fáceis de identificar: elas sempre vêm após os dois pontos (:), seguido, é claro, da conjunção que abre a oração subordinada. Olhe como é fácil.
Nós temos apenas uma meta: que possamos entregar todas essas cestas básicas em tempo.
Note que a oração principal (a primeira parte, neste caso) está completa. Há sujeito, verbo e um complemento (objeto direto, neste caso). Sempre será assim. Confira mais um exemplo.
Minha filha desejou apenas uma coisa hoje: que sua admissão no programa fosse aceita.
Para finalizar, analise a oração subordinada presente nessa imagem.
MATERIAL COMPLEMENTAR:
Assista ao vídeo do professor Noslen sobre as orações subordinadas substantivas clicando aqui. Neste canal, há ainda um vídeo para cada uma das orações subordinadas substantivas. Vale a pena conferir!
O jornal Folha de São Paulo também oferece uma boa explicação sobre esse tema. Acesse aqui as dicas.
Diógenes Schweigert
Postado em: 2 de outubro de 2025.